Nome: Rio Branco Atlético Clube
Nome anterior: Juventude e Vigot
Cidade: Vitória/ES
Endereço:
Fundação: 21.06.1913
Estádio: Arena da Floresta
Cores: preto e branco
Status atual: ativo/profissional.
Participações: Campeonato Brasileiro Série D 2019
Títulos: Campeão Capixaba 1918, 1919, 1921, 1924, 1929, 1930, 1934, 1935, 1936, 1937, 1938, 1939, 1941, 1942, 1945, 1946, 1947, 1949, 1951, 1957, 1958, 1959, 1962, 1963, 1966, 1968, 1969, 1970, 1971, 1973, 1975, 1978, 1982, 1983, 1985, 2010 e 2015. https://www.rbac.com.br
A história do Rio Branco se inicia em maio de 1913, um mês antes da sua
fundação oficial. Das “peladas” e “rachas” em campos de áreas
descobertas, os meninos do Sul América e do XV de Novembro (equipes
ligadas a instituições de ensino tradicionais da época, Colégio Estadual
e Escola Normal) já se divertiam com o futebol e os dois outros times
já pensavam em competições, o Rui Barbosa e o Victoria Foot-Ball Club,
fundado por meninos brancos e ricos. Mas os pobres também gostavam dos
“rachas”. Entre eles, José Batista Pavão e Antônio Miguez, até então
balconistas em uma casa de ferragens. Os dois, em uma das muitas
conversas sobre futebol, em conjunto com Edmundo Martins, também
balconista, decidiram fundar um time.
No segundo domingo de Junho marcaram uma nova reunião e trouxeram vários
convidados. O primeiro a aceitar o convite foi Nestor Ferreira Lima,
que apesar de estudar no Colégio Estadual, não jogava no Sul América. Os
meninos presentes, todos entre 14 e 16 anos, trocaram ideias e
discutiram sobre tudo, da bola inglesa aos gorros. Nova reunião foi
marcada, desta vez para a fundação do clube. A reunião foi marcada para o
dia 21 de Junho de 1913 e os convidados deveriam levar uma sugestão de
nome para o novo clube.
E chegou o dia. Todos presentes com suas melhores roupas. As sugestões
de nomes foram variadas, desde nomes de personalidades da História do
Brasil e datas comemorativas. Também várias sugestões de nomes de heróis
portugueses, mas os mais populares já davam nomes a clubes existentes
em Vitória (Saldanha da Gama e Álvares Cabral). Interessante notar que
foi assim em vários locais do país.
As alternativas foram se escasseando, quando um dos jovens, que Antônio
Miguez não se recorda, sugeriu uma homenagem aos próprios jovens que o
idealizaram, jovens e vigorosos. Surgiu o “Juventude e Vigor”.
A importante reunião aconteceu na casa de Nestor Ferreira Filho, na Rua
Sete de Setembro, mais precisamente num cômodo cedido pelo pai deste,
junto ao seu escritório de contabilidade. Entraram para a história do
“Mais Querido do Estado” os fundadores Edmundo Martins, Antônio Miguez,
Gervázio Pimentel, José Fiel, José Batista Pavão, Cláudio Daumas, Otávio
Alves de Araújo, Hermenegildo Conde, Adriano Macedo, Antônio Gonçalves
de Souza e Nestor Ferreira Filho, que seria seu primeiro Presidente.
A TROCA DE NOME: DE 'JUVENTUDE & VIGOR' PARA 'RIO BRANCO'
Um pouco depois de sua fundação, alguns de seus fundadores, convidados
pelos jovens de 14 a 16 anos, não se sentiram bem com a denominação,
pois não eram mais adolescentes e lembraram que os demais fundadores
também deixariam de sê-los. Neste período, o Juventude e Vigor também
‘amadureceu’, com a adesão dos jogadores do Rui Barbosa. Pedido feito e
aceito.
A decisão, em uma reunião realizada em 10 de Fevereiro de 1914, foi
rápida e uma afirmação com referência aos acontecimentos que marcavam a
história republicana daquele tempo: homenagear o Chanceler José Maria da
Silva Paranhos Júnior, conhecido como o Barão de Rio Branco. Saía de
cena o nome “Juventude e Vigor” e surgia o RIO BRANCO FOOTBALL CLUB
A TROCA DE CORES: DE 'AURIVERDE' PARA 'ALVINEGRO'
A mudança de nome não atingiu as cores verde e amarela da bandeira do
clube e do uniforme do time. Segundo o jornalista Oscar Gomes Filho,
tudo leva a crer que a decisão de mudança de cores ocorreu em uma
reunião realizada em 20 de Maio de 1917. Segundo o ex-presidente Luiz
Gabeira, “o verde e o amarelo desbotavam muito, eram cores ingratas”. O
problema com cores não era exclusivo do Rio Branco. O Clube de Regatas
Flamengo, que outrora defendia as cores azul e amarela, também decidiu
modificar suas cores para vermelho e preto. E, pelo país afora, casos
semelhantes se repetiram.
Na hora de escolherem a nova cor, Giberto Paixão, que aderira ao clube
em companhia da maioria dos ‘ex-jogadores’ do Sul América, fez a
sugestão aos companheiros:
“Vamos colocar o preto e branco, que pegam muito bem, como era na camisa
do Sul América”. Querido pela educação que tratava a todos e admirado e
respeitado pelas qualidades técnicas que faziam dele o melhor jogador
do time e de Vitória, Paixão teve a idéia aclamada pelos companheiros.
O nome como conhecemos hoje veio em 1941. Os dirigentes alvinegros
realizaram uma Assembléia Geral em 18 de Março de 1941, para deliberar
sobre a criação de uma nova agremiação. Tendo como lema a frase “Tudo em
benefício do Rio Branco”, criaram o RIO BRANCO ATLÉTICO CLUBE. A partir
daquele momento, o clube teria, no escudo, a sigla RBAC, de memoráveis
conquistas
ESTÁDIOS - UMA HISTÓRIA DE REALIZAÇÕES
É comum afirmarem que o Rio Branco 'nasceu' em Jucutuquara, mas o
correto é que o Rio Branco 'cresceu' em Jucutuquara. A sua fundação
ocorreu no Centro de Vitória, especificamente na Rua Sete de Setembro.
Mas, certamente, o clube teve boa parte da sua vida ligada a
Jucutuquara.
No início, as partidas do clube eram disputadas em campos existentes em
áreas descobertas, usando bolas de meia ou enchendo bexigas de boi. Em
Jucutuquara, havia uma grande área usada para represamento das águas da
maré, que, na secagem, produzia sal. Era a ‘salina”. Abandonada por
longo tempo, transformou-se em um terreno reto, sem gramas, mas
excelente para as ‘peladas’. Mas, o local era utilizado pelos meninos do
bairro.
Com poucas, ou quase nenhuma opção, os meninos do Juventude e Vigor
foram parar no Bairro de Lourdes, em área utilizada pelo "Tiro de
Guerra”, do Exército Brasileiro. A utilização durou pouco. A turma do
Victória fez valer seu prestígio, recorrendo ao Barão de Monjardim. O
Barão não só impediu a utilização da área pelo Juventude e Vigor, como
ainda cedeu o terreno para o Victória.
O clube passou então a treinar em Vila Velha, em área então pertencente a
família Araújo, identificado como campo do Bom Retiro (local
identificado, na década de 90, como vizinho à Maternidade). Mas, logo
após, ainda em 1916, segundo Antônio Miguez, o Juventude e Vigor decidiu
ocupar, efetivamente, o campo de Jucutuquara. Foi necessário realizar
um aterro, trabalho facilitado em face da localização do terreno, ao pé
do morro (um aterro ‘natural’, com deslocamento de terra do morro).
Arrancaram ‘tocos’, aterraram e a ‘salina’ ficou maior.
Estádio de Zinco
Foi erguido, no local, o campo de jogo, separado dos torcedores por uma
cerca de arame liso. A área ainda não agradava aos fundadores. Afinal, o
Victória já tinha um campo, cercado com folhas de zinco e local para
torcedores (degraus de madeira cobertos, batizados de ‘arquibancadas’). O
Rio Branco precisava melhorar suas instalações, não podia admitir
aquela situação.
O jornal “Diário da Manhã”, em sua edição de 28 de Setembro de 1915,
anunciava que o então presidente, Otávio Araújo, apresentara a planta do
esplêndido campo de ‘sports’ que seria, depois de pronto, um dos
melhores do Brasil. Esta informação também foi matéria de outro
periódico, o “O Curioso”, datado de 12 de Setembro.
Assim, com o esforço dos ‘meninos’, o Rio Branco inaugurou em 1919 o
“Estádio de Zinco”, que a imprensa da época chamava, orgulhosamente, de
“O Majestoso Ground de Jucutuquara”. A inauguração foi contra o
Fluminense, de Niterói, na época um dos grandes clubes do Rio de Janeiro
e reforçado de vários atletas do tricolor Fluminense e de outros times
do Rio. A partida de inauguração terminou empatada em 2 x 2.
O Estádio de Zinco era um marco. Todos os times do Estado queriam jogar
naquele ‘campo’. Em 1929, a equipe do Flamengo, já uma equipe grande e
popular em todo o país se apresentou no Estádio. E o Rio Branco não
perdoou, vitória de 2 x 1 para os capa-pretas.
Mesmo ocupando a área desde 1916, o Rio Branco não era o legítimo
possuidor da mesma. A área ficava sob a administração da Liga de
Esportes. Somente em 1934, depois de vencer uma batalha contra
dirigentes do Victoria, que quase conseguiram que o Estado lhes doasse a
área, o então Presidente Carlos Marciano de Medeiros, o Capitão Carlito
Medeiros, conseguiu que o Interventor Federal do Estado, Capitão João
Punaro Bley, realizasse a doação ao Rio Branco, por meio do Decreto
4.969, publicado no Diário Oficial em 24 de Junho de 1934.
Estádio Governador Bley
O Rio Branco cresceu. O time alvinegro já se tornara um patrimônio do
Espírito Santo e o Estádio de Zinco estava pequeno e obsoleto. Os
dirigentes rio-branquenses não se omitiram, tomando a responsabilidade
de construir o novo Estádio. Partiu-se para a construção do Estádio
Governador Bley.
Ao ser inaugurado, em 30 de Maio de 1936, o Estádio Governador Bley era o
3º maior do país, símbolo da grandeza do clube, do desenvolvimento de
Vitória e um orgulho para o povo capixaba (à época, apenas dois estádios
o superavam: São Januário, do Vasco da Gama, e o Estádio da
Laranjeiras, do Fluminense, ambos no Rio de Janeiro, então a Capital
Federal). No dia seguinte, 31 de Maio de 1936, a torcida capa-preta
lotou todas as dependências para assistir a primeira partida no local,
entre Rio Branco e a forte equipe do Fluminense. Desta vez, não deu para
o Brancão, o Fluminense ganhou por 2 x 0.
A construção do estádio foi um marco na história do desenvolvimento da
capital, tanto que na época a imprensa noticiou que os hotéis da cidade
estavam quase todos lotados para a inauguração. “É quase inacreditável
que estejamos a poucas horas de vermos o maior sonho do mundo esportivo
capixaba. Dentro de 24 horas, Vitória terá um estádio!”, escreveu o
jornal Diário da Manhã na véspera da abertura.
No Bley, o Capa-preta viveu momentos históricos e conquistou dezenas de
títulos. Foi através dele, também, que o clube tornou-se um símbolo de
Jucutuquara, bairro que acabou virando reduto de torcedores do Brancão.
Estádio Kleber Andrade
Em 1972, já sob a Presidência de Kleber Andrade, houve a decisão de
venda Estádio Governador Bley. O Estádio foi utilizado em partidas
oficiais do clube até o ano de 1974. Durante o período compreendido
entre 1974 e 1983, data de inauguração do Estádio Kleber José de Andrade
(cujo nome homenageia o ex-presidente, cujo falecimento ocorreu em 12
de Julho de 1978, em um fatídico acidente automobilístico), o Rio Branco
mandava seus jogos no Estádio Engenheiro Araripe, até então de
propriedade da Companhia Vale do Rio Doce, mantenedora da Associação
Desportiva Ferroviária Vale do Rio Doce.
O Estádio Kleber Andrade foi mais uma prova do empreendedorismo dos
dirigentes do clube, tendo sido inaugurado em 1983. A primeira partida
oficial no novo Estádio do Rio Branco, que ao término de suas obras
seria o terceiro maior Estádio particular do país (perdendo apenas para o
Morumbi e para o Beira-Rio), ocorreu em 07 de Setembro de 1983, em uma
partida que o capa-preta venceu o Guarapari por 3 x 2 (três gols de
Arildo Ratão).
O estádio também foi palco da campanha histórica no Brasileirão de 1986,
ano em que o recorde de público no estádio foi batido: mais de 40 mil
torcedores assistiram a vitória do Rio Branco por 1 a 0 em cima do
Vasco.
Infelizmente, o período de utilização do Estádio Kleber Andrade nos
anos seguintes coincidiu com um período de muitas dificuldades
financeiras e administrativas do clube, algumas causadas inclusive pelos
elevados investimentos realizados nesta Praça Esportiva.
O elevado passivo fiscal, trabalhista e cível levou a uma situação
irreversível. Em 2008, visando concluir as obras e dotar o Espírito
Santo de uma moderna arena esportiva, o Governo do Estado também
desapropriou o Estádio Kleber Andrade (pelo valor de R$ 6.800.000,00).
Mesmo assim, segue mandando seus jogos em sua histórica e eterna casa.
CONQUISTAS RECENTES
2010 - O CAMPEÃO VOLTOU
O Rio Branco ficou conhecido como o maior papão de títulos do futebol
capixaba e um dos maiores ganhadores de títulos estaduais em todo o
país. Até 1985, em 72 anos de história, o clube ganhou 35 títulos
estaduais. Contudo, após um período muito conturbado e de imensas
dificuldades financeiras e administrativas, o grande campeão estadual
perdeu sua força. Foram 24 anos sem conquistas de um título da 1ª
divisão.
Com uma nova Diretoria, presidida por Maurício Duque, e com o apoio de
alguns importantes patrocinadores e de sua apaixonada torcida, o clube
voltou a ser protagonista do futebol capixaba. Em quatro anos, foram 4
campeonatos disputados e 4 finais.
Em 2008, disputou a final da Copa ES e ficou com o vice-campeonato. Em
2009, disputou a final do Capixabão e também ficou com o vice-campeonato
(vitória em campo, mas derrota nos tribunais esportivos). Outras finais
e outros vice-campeonatos aconteceram em 2009 e em 2012, desta vez na
Copa ES.
Em 2010, a redenção. Depois de 25 anos, o último título estadual havia
sido em 1985, o Rio Branco voltou a ser Campeão Estadual. O 36º título
de sua história foi conquistado no dia 05 de Junho de 2010. O campeão
havia retornado! O campeão voltou!
2015 - TRINTA E SETE ESTRELAS A BRILHAR
O Rio Branco comemorou o aniversário de 100 anos em 2013 e,
aparentemente, não enfrentou apenas seus adversários, mas também a
conhecida ‘Maldição do Centenário’. A equipe não se acertou em nenhum
momento e foi rebaixado no Capixabão.
Mas, o retorno não poderia ser melhor. No ano de 2015, de volta à elite
do futebol capixaba, a equipe capa-preta conquistou o seu 37º título
estadual, o primeiro no “novo” Estádio Kleber José de Andrade. Uma
campanha invicta e histórica! No ano seguinte, em 2016, o clube ainda
conquistou a Copa Espírito Santo pela primeira vez.
2018 - NOVO RIO BRANCO
Em fevereiro de 2018, César Costa assumiu a presidência do clube em um
momento delicado, após um novo rebaixamento.
A entrada de César não representou apenas uma mudança já prevista na
diretoria. O novo presidente alvinegro trouxe uma filosofia inédita,
colocando o torcedor como protagonista e verdadeiro dono do clube. Além
disso, traçou metas a curto, médio e longo prazo, apostando em uma
gestão profissional e com foco em resultados dentro e fora de campo.
Essa proposta foi batizada de “Novo Rio Branco”
Logo na primeira temporada da nova gestão, o clube conquistou os
principais objetivos do ano: o acesso para a elite do futebol capixaba e
a reaproximação com o torcedor.
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